fui na vivo buscar uma orientação, a respeito do número imei que preciso para fazer o b.o.
na hora em frente da atendente, não segurei e lágrimas caíram ao começar a relatar o problema.
mas a dor, o drama, tem um que de cômico e senti ela segurar o riso, que fora incontrolável ao ver um desabar qualquer. talvez pelo inesperado momento de fragilidade e exposição do outro.
acho que temos esse que de mr hyde. ele surge em momentos incontroláveis mostrando nossa natureza animal.
e pensei o quanto tenho de dr jekyll e mr hyde em mim ao caminhar após o atendimento.
a dor do outro parece distante, banalizada e talvez exagerada quando se observa de fora. passível até de ser risível.
a empatia e a compaixão parece não significarem nada, parece não dizer respeito.
é muito louco como vamos seguindo a vida, e em cada experiência nos mostra um pedacinho de como tudo não vai bem, apesar de haver coisas maravilhosas acontecendo também.
ainda assim penso que quero exercitar estes dois dons divinos, pois o outro é meu espelho e sei que no fundo temos as emoções que nos movem são as mesmas.
ainda assim, o poema "os ombros suportam o mundo" é muito vivo. na minha infância quando o li, não pensei que aconteceria tão intensamente ao meu redor.

paulo jo santo
zillah